-Milo, que diabos está acontecendo? Quem vai se apresentar é o Afrodite, e olha que o peixinho está mais calmo que você! – falou Máscara, sentado ao lado do loiro, que não parava de olhar para os lados, analisando qualquer um que chegasse – Por acaso está esperando alguém?
-NÃO! – saiu mais alto do que o planejado. –Digo, não. Eu só estou ansioso, o Dite falou dessa peça por meses.
-Sei... Então pare de encarar os outros –disse virando-se para o palco –Você esta assustando as pessoas –e apontou para uma garota que o olhava espantada. Milo deu um sorriso amarelo e resolveu não desgrudar mais os olhos do palco.
As luzes foram se apagando lentamente, até que todo o teatro estivesse tomado por uma leve penumbra, quebrada somente por uma luz provinda do centro do palco. As pesadas cortinas cor de sangue foram recolhidas, deixando o público apreciar uma bela mulher, vestida com roupas típicas do século XVIII. Esta caminhou até a frente do palco, armando sua sombrinha e encarando a platéia.
-Dames et Monsieur, permitam-me contar-lhes uma história. Meu nome é Emanuelle D'Alembert. Sou filha de nobres, sou rica, bela e prendada. A família D'Alembert é exemplo a ser seguido por toda a corte. Possuo dinheiro, amigos e muitos criados para satisfazer todos os meus mais sórdidos caprichos. Pretendentes? Os mais ricos e poderosos de toda a França. O que mais poderia eu desejar? Qualquer mulher sã de minha classe estaria satisfeita com tudo isso, certo? Mas não eu... Eu desejo... Muito mais...
O primeiro ato apresentava as personagens principais e suas relações. Logo que Afrodite apareceu, foi ruidosamente aplaudido. Ele era Allan D'Alembert, irmão mais velho de Emanuelle. E seu atual objeto de desejo.
-Eu ouvi dizer que Madesmoiselle Bunnot estaria interessada em ti, meu irmão.
-Pois que fique ela sabendo que só tenho interesse em sua amizade, afinal nossos pais são companheiros de negócios, não ficaria bem para ele ter desafetos entre seus filhos e os do companheiro.
-Oui... Mas meu irmão, um homem como tu já deverias estar casado...
-Quer livrar-se tão rápido assim de mim, petite Emanuelle? –a jovem ruiva sorriu –Apenas não posso me casar agora.
-Quanto mistério... Poderia saber o por quê?
-Logo descobrirás...
Após alguns turbulentos acontecimentos, Allan descobre as verdadeiras intenções de Emanuelle em relação a sua pessoa.
-Não vês que sou a única capaz de amá-lo por completo? Como podes ser tão cego!
-Cego!? Eu!? –disse em tom de desespero – Olhe para si própria! Como podes dizer que me ama carnalmente?